Estruturação do Coronelismo do Garças – A morte de Reginaldo

Observando o coronel Pedro Celestino que Morbeck mandava e desmandava na rica região do Garças, aquele pedaço de Mato Grosso que só a ele, por direito, cabia governar, possivelmente, já arquitetando um plano maquiavélico, não puniu os presos de Morbeck e, o pior, deu amplas regalias a Reginaldo de Melo que desfilava nas ruas da capital do Estado em carro aberto.

Os cabos morbequinos Antônio Leandro, Deija Lira e José Franklin que ali chegaram acompanhando os presos, informados pelo coronel Fernandes, proprietário da pensão onde estavam hospedados, de que o Presidente do Estado não puniu os prisioneiros de Morbeck e Reginaldo passeava em carro aberto pela cidade, numa demonstração inequívoca de que desmoralizava os atos do chefe do Garças, resolveram, eles mesmos, a fazer justiça.

Não foi difícil encontrarem Reginaldo de Melo que se achava no Bairro Coxipó, desfilando no tal carro aberto. Travou-se uma grande luta. Guirra Maciel, companheiro de Reginaldo, foge na carreira. Reginaldo porém, resiste e acerta um tiro em Antônio Leandro que morre instantaneamente. Vendo, Deija Lira, morrer o seu companheiro, parte para cima de Reginaldo e, numa luta corpo a corpo, consegue finalmente matá-lo.

Aborrecido com a morte do companheiro e temendo represálias do governo, José Franklin e Deija Lira fugiram.

A morte de Reginaldo teria encerrado de uma vez por todas o macabro episódio da chacina dos maranhenses no Alcantilado (garimpo das Pombas), não fosse a mágoa e desconfiança deixadas nos corações dos compadres e sócios, Morbeck e Carvalhinho, cujo relacionamento ficou estremecido desde a discussão, dias antes, por causa do dito Reginaldo. Após este incidente, aparentemente, tudo voltou à normalidade mas, ambos os compadres, não mais tiveram confiança um no outro.