Prefácio do livro: “Poxoréo e o Garças”

Autor: Jurandir da Cruz Xavier

O livro Poxoréo e o Garças, de Jurandir Xavier, é um livro, mas faz o papel de uma tocha. Uma tocha que conduzida por mãos sensíveis de um homem apaixonado por sua região sua região de vivência, descreve a saga dos garimpeiros que ocuparam o antigo leste mato-grossense.

E, enquanto caminha em sua narrativa-depoimento, vai lançando luzes em desvãos que a historiografia oficial, tem sido, como em todo o Brasil, não a história do seu povo, mas a biografia de alguns pró-homens da elite dirigente que, no uso do poder político, registram apenas as notícias que os mitificam e do ângulo que mais lhes favoreçam.

Enquanto que esta história, registrada por Jurandir, conta a vida de uma sacrificada e aventureira parcela do povo brasileiro, com toda sua crueza, sua obstinação, suas ditas e desditas, sem reverência gestuais aos donos do poder econômico e político local.

Parte do prefácio escrito por Dr. Edgar nogueira Borges no livro “Poxoréo e o Garças”

 

 

Do livro: Poxoréo e o Garças – Pág. 52.

Autor: Jurandir da Cruz Xavier.

 

“A história do velho leste mato-grossense e, em particular a do Garças, já não podia mais ser contada sem mencionar, em cada capítulo, o nome do Dr. José Morbeck, o grande líder dos garimpeiros. É bem possível que a vida deste poderoso chefão transcorresse na obscuridade e no anonimato se, ao invés dos sertões leste mato-grossenses, ele tivesse escolhido viver nas selvas de pedras e de concretos das grandes metrópoles. Também o garças poderia ter sucumbido, ainda na sua tenra infância, vítima da ambição de governantes sem escrúpulos e transformado em possessão de multinacionais, não fossem a coragem,a dignidade e a liderança de Morbeck na defesa da autonomia deste torrão de bravos.”