Do livro: A primeira travessia da América do Sul – Pág. 52.

Autor: Roger Courteville.

 

O rei dos diamantes

Que surpresa! Este homem temível, de acordo com os boatos, é baixo. É afável, charmoso, muito amável. Parece com um reitor de Universidade.

Junto a isto, a maior simplicidade: uma casa rústica sem nenhum conforto. Algumas cadeiras bambas, louça quebrada, e tudo que os revolucionários lhe deixaram, na ocasião da sua última passagem.

Porém, este homem deixaria com inveja o maior potentado do mundo. Generoso até privar-se, ele e sua numerosa família, do estritamento necessário, conselheiro religiosamente escutado, apóstolo do trabalho, da probidade, conquistou a admiração entusiasta de todo Goiás e Mato Grosso…

 

Batalhas sangrentas.

Espantado pela sua popularidade, o governo de Mato Grosso quis livrar-se dele: mandou um exército de Cuiabá para prendê-lo. Os garimpeiros acorreram de todos os lados para defendê-lo e impedir o que viam como sacrilégio. O exército pensava pegar, sem dar um tiro, um homem sem defesa: encontrou vinte mil, armado até os dentes.

Foi preciso ir ao combate: sítio dentro das regras, trincheiras, tiros de metralhadora, batalhas sangrentas. O ataque foi violento; mas os garmpeiros são bons atiradores: a Winchester de um garimpeiro acerta quase sempre seu homem. Os sitiantes fracassaram e tiveram que bater em retirada.